domingo, 9 de outubro de 2011

Grupos sociais silenciados em rumo a uma nova História

Por Giselle Lima

O que é silenciar a vida afinal? Seria a morte? O nosso corpo sempre age até o último minuto para reverter o desequilíbrio interior, como também o é na História, ou seja, sempre mudando cenários ou pelo menos tentando e batalhando. A homeostase é constantemente buscada no interior dos corpos e mentes e no interior dos grupos sociais menos favorecidos, também vítimas da borracha da historiografia.
Concepções de superioridade e inferioridade são descritas na historiografia, porém será que são reais ou são escritos muitos mais silenciadores da verdadeira História oficial? É nítido que os livros didáticos de História e Geografia, por vezes, silenciam povos, tribos, culturas, famílias e a individualidade de inúmeros seres humanos. O que é legítimo em História? Algo é certo sabemos muito pouco sobre ela, afinal o que não se encaixa nela é somente o que ainda não aconteceu, pois do que sobra tudo faz parte.
O mais triste é saber que muitos professores não instigam a pesquisa desde a tenra idade, a busca pelo saber acaba se resumindo em folhas rasgáveis dos cadernos que podem ser cobrados em atividades, provas, vestibulinhos etc. O próprio ensino acaba silenciado as mentes, impedindo inputs ao sistema nervoso para descobrir e aprender novas Histórias. Como seria bom se os grupos excluídos fossem estudados, quem sabe assim os preconceitos seriam amenizados e as diferenças mais aceitas.
Os negros e os indígenas são apenas dois grupos considerados por muitos como sendo inferiores, mas não se pode esquecer que dentro destes dois grupos existem ainda inúmeros subgrupos que trazem beleza e exuberância à História da humanidade. Aprender sobre isso na escola ainda está longe de se efetivar em nossos dias, pois muitos se fixam em livros didáticos limitantes e não abrangentes.
          Atividades que englobam a História, a Geografia e a Literatura devem trazer para as salas de aula desde a Educação Infantil a diversidade social e cultural que compõe o país e o mundo. Conforme Fanon (2008, p. 53) “o homem é movimentado em direção ao mundo e ao seu semelhante”. É necessário levar em consideração que o semelhante não deve excluir o próximo se referindo à quantidade de melanina da pele ou aos hábitos e costumes que seguem, devem-se levar em consideração os Direitos Humanos que englobam a todos os seres humanos, ou ainda, a todos que se encontram na classificação de Homo sapiens.
O Brasil sendo um país rico em diversidade cultural deve deixar de ser preconceituoso, racista e excludente para enxergar e aceitar a sua verdadeira identidade no mundo, ou seja, o país mais colorido que existe, ou ainda, a Amazônia mundial. Os professores devem deixar de limitar o ensino com uma visão unifocal para começarem a serem educadores e estimuladores da curiosidade e da busca pelo saber constantemente, ensinarem a partir da maior escola que existe: a vida.
Imagem disponível em: <http://www.unesco.pt/cgi-bin/cultura/temas/cul_tema.php?t=17>.
 Acesso em: 09/10/11 ás 10:20).

 
REFERÊNCIA

FANON, Frantz. Pele negra e máscaras brancas. Salvador: EDUFBA, 2008. 194 p.

SELBACH, Simone. História e Didática. Petrópolis: Vozes, 2010. 158 p.

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