Por Giselle Lima
No mundo nada é estático tudo é dinâmico, mas para que haja equilíbrio se faz necessária a presença da ação sinérgica de tudo o que o envolve. Na educação não é diferente, mas muitas vezes o que se percebe é um transitar desordenado no tempo e no espaço, acarretando a uma aparente involução de sua ação no mundo. Uma saída seria investir na educação solidária e humanizadora, sendo que a humanização só pode ser pregada por quem realmente tem a humanização plantada no fundo do coração.
A sociedade contemporânea está doente e as maiores partes das pessoas também estão doentes e quando chega um educador para tentar ajudar, dando exemplos por vezes de ensinamentos de outras pessoas, mostrando o grito das vidas, os doentes falam: “- O mundo é assim mesmo, não tem jeito!”, “- Estes pensadores são todos drogados!”, “- Você escuta esta música, isso era do meu tempo, este bando de hyppie!”, “- Este cantor não tem fundamento é um vagal”, “- São satanistas!”, “- Só fazem barraco!”. Como querer mudar a educação se muitas pessoas que se encontram nela ou pelo menos acham que se encontram, nem sempre escutam o grito das vidas, o grito por mudanças. A mudança deve partir de dentro e não de fora.
É certo que ninguém nasce ladrão, ninguém nasce corrupto, ninguém nasce se prostituindo, ninguém nasce se drogando, ninguém nasce etilista, algo faz com que se tornem isso, como também ninguém nasce um educador, mas se torna um ou não com o decorrer da vida, as pessoas podem ser ou não. Porém uma coisa é certa “se não reconstruirmos a educação, as sociedades modernas se tornarão um grande hospital psiquiátrico. As estatísticas estão demonstrando que o normal é ser estressado, e o anormal é ser saudável” (CURY, 2003, p. 81). Que educação formal, informal e não formal a sociedade precisa cultivar? Como está já se viu que é desumanizadora.
Com certeza caso as pessoas refletissem e se espelhassem na pessoa de Jesus Cristo o mundo seria muito melhor, porém nem todos o seguem então nestes casos pelo menos poderiam aproveitar ensinamentos de outras pessoas. Como seria bom se a sociedade tivesse a amorosidade e a esperança de Paulo Freire, o caráter democrático e social de Célestin Freinet, a força e a autoridade carismática de Antón Semiónovich Makarenko, a sutileza de Rubem Alves, o cuidado pela Terra de Leonardo Boff, fossem críticos e ousados como Milton Santos, que compreendessem a microfísica do poder e a domesticação dos corpos de Michel Foucault, ou ainda refletissem sobre a questão da educação como reprodução como Pierre Bourdieu, desenvolvessem novas formas de ensinar como Maria Montessori, tivessem empatia e fossem centrados na individualidade das pessoas como Carl Rogers. Como o mundo seria mais habitável.
Personalidades citadas marcaram a história e querendo ou não influenciam a sociedade, são apenas alguns exemplos, há inúmeros outros. As pessoas estão cegas na alma, viciadas pelo momentâneo, materialismo, vítimas do comércio desenfreado e destruidor do habitat terrestre. São pessoas consideradas controle remoto acelerado sendo o botão de stop congelado. Quem vê de fora esta cena se entristece, mas alguém ou alguns devem mostrar o quanto o homem está se autodestruindo, destruindo a própria vida, a vida que deveria aproveitar está sendo consumida pela cegueira. É chegada novamente a hora da mudança, virar a página mais uma vez, a dinamicidade de uma nova vanguarda para o século XXI é agora, que se comece pela educação. Já!

Imagem disponível em: <https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPVRAy7GR3WpeCR-MDKt78tum7SikoyEezaZCYfeoyeNlfFliFfSV461d03jZ_w7s2VWMkRyc_2ys_V6IYkakvz3lRMHbqzwOf40i7JBA2aZRNNh31XHEf2XJgPdj0lGpPx6cBX_Asfo8/s320/ampulheta.jpg>. Acesso em: 10/10/11.
REFERÊNCIAS
CURY, Augusto Jorge. Pais brilhantes, Professores fascinantes: educação inteligente formando jovens pensadores e felizes. Rio de Janeiro: Sextante, 2003. 171 p.
SARAMAGO, José. O ensaio sobre a cegueira. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. 310 p.
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