sábado, 8 de outubro de 2011

A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DE GEOGRAFIA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Por Jéssica Santos Silva

 Com base na leitura do livro “O espaço geográfico: ensino e representação” (ALMEIDA; PASSINI, 2010) foi possível adquirir alguns ensinamentos quanto ao ensino de Geografia para com as crianças. O professor deve ter em mente que elas nem sempre compreendem os conceitos espaciais usados pelos adultos. Por isso na escola é essencial que o professor dos anos iniciais trabalhe a importância de ler mapas, uma vez que o mapa é uma representação de qualquer espaço real, o professor dos anos iniciais do ensino fundamental deve ter a consciência de que preparar o aluno para a leitura de mapas é tão importante quanto alfabetizar. É necessário ter o cuidado de confundir o ensino da Geografia com Educação Artística, ou seja, não é aconselhável colocarmos as crianças para pintar mapas.
 Existe uma ligação do ensino de Geografia com a teoria de Jean Piaget (1974), que diz que a criança na idade do pensamento concreto precisa agir para construir conceitos e edificar conhecimentos, ou seja, a criança deverá elaborar mapas para que se torne um leitor eficaz. A importância da criação de mapas pelas crianças fundamenta-se em obedecer a um sistema de projeção para que haja uma coordenação de pontos de vista e que as mesmas possam se familiarizar com a linguagem cartográfica.
            Quando trabalhamos com a redução do espaço estudado e sua representação, a criança visualiza a necessidade de proporcionalidade, por exemplo, a rua em que ele caminha para chegar à escola, é mais larga e maior do que a escola, a escola é maior do que sua casa etc. Ao perceber esses conceitos através do entendimento de o que é proporcionalidade que constrói uma ação reflexiva a que se referia Piaget, que é a construção do pensamento da criança pela ação.
Sendo assim, somente através de mapear e não de pintar mapas que se dá o verdadeiro aprendizado, não somente no ensino de Geografia, mas abrangendo uma série de matérias. É importante que a criança concretize o abstrato para que possa realmente entender o conteúdo transmitido pelo professor. Tudo precisa fazer sentido para que a crianças venha assimilar, a aprendizagem torna-se mais fácil e significativa e é esse o verdadeiro papel da escola.

            Três aspectos devem ser considerados: função simbólica, conhecimento da utilização do espaço, espaço a ser representado. A função simbólica surge por volta dos dois anos de idade com o aparecimento da linguagem, que acontece com a compreensão do símbolo com representação gráfica. O conhecimento da utilização do espaço, antes de ser leitora de mapas, a criança deverá agir com mapeadora de seu espaço, construindo noções do espaço a partir de seu cotidiano. É necessário levar em consideração o espaço vivido, ou seja, o espaço físico vivenciado através de movimentos ou deslocamentos, aprendido através de brincadeiras; também sendo necessária a noção de espaço percebido, por exemplo, o fato de a criança lembrar-se do caminho percorrido de casa até a escola, percebendo o aqui e o acolá; por volta dos 11 e 12 anos se começa a compreender o espaço concebido, sendo possível estabelecer representações de uma área retratada sem tê-la visto antes.
                Cabe à escola saber trabalhar a exploração do espaço, a noção de espaço ocorre desde o nascimento, através de experiências que a criança realiza em seu entorno ao ser acariciada, segurada no colo e muitos outro fatores, com isso mesmo sem perceber, ela vai sentindo o espaço. Num processo contínuo, em alguns meses  o bebê conquista cada vez maior domínio sobre o espaço ao conseguir rolar, arrastar-se, engatinhar e finalmente andar. À medida em que a criança for crescendo, reconstruirá o espaço próprio dos adultos, pois estará constantemente voltada para o espaço exterior como móveis , ruas, casas, praças, campos e montanhas.
                A criança em idade escolar prefere brincadeiras que limitam a parte do pátio da escola porque não conseguem ocupar um espaço tão grande. Na verdade, não conseguem concebê-lo para poder organizá-lo. O mesmo se dá na organização do espaço gráfico, quando a criança ao receber uma folha de papel em branco limita-se a usar apenas uma de suas partes.Com isso, mesmo sem preceber,  a criança vem conquistando o espaço aos poucos e cabe a escola saber como trabalhar o conceito espacial, que infelizmente no ensino de Geografia, vem sendo trabalhado de maneira errônea ultimamente.

 
Imagem disponível em: <http://flourish.org/upsidedownmap/>. Acesso em: 08/10/11.


Referências

ALMEIDA, Rosângela D. de; PASSINI, Elza Y. O espaço geográfico: ensino e representação. 16 ed. São Paulo: Contexto, 2010.

PIAGET, Jean. Formação do Símbolo na Criança. Rio de Janeiro: Zahar, 1974.

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