UMA DATA ESPECIAL
15 de Outubro de 2011
Mais uma vez - Renato Russo
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=scQihBjz9RY>. Acesso em: 18/10/2011.
"Devo sempre lapidar a minha alma para que eu possa ser uma educadora que sonhe junto com os educandos, acreditando no potencial de cada um, não deixando nunca de lutar pelas boas novas".
Por Giselle Lima
Já se passou mais um ano de comemoração pela nobre profissão docente.
Gostaria de parabenizar a todos e a todas que exercem a docência e aos que estão caminhando para tal sonho.
O mundo precisa de educadores e não somente de professores, sejamos estimuladores de sonhos e não abortadores, não sejamos apenas proferidores de técnicas. Humildemente busquemos um mundo mais digno que transborde com mais calor humano. Aprendi que o educador não se fixa em status, pois enxerga para além da materialidade e se sacia com as maravilhas da vida, por exemplo, a brisa da manhã, café com leite bem quentinho, um pão fresquinho, um passeio em família, uma abraço da pessoa amada, uma roda de música, molhar os pés na beira da praia, olhar o horizonte, até mesmo escalar uma árvore, comer fruto tirado do pé, ler um bom livro, apreciar uma boa música... uma qualidade do educador é fazer as pessoas imaginarem, como seria bom se todos os professores fizessem isso em suas aulas.
Os títulos, o status, as pesquisas realizadas, as dedicatórias são vistas para os educadores como presentes que a vida oferece e não meramente como "compras" conquistadas pelo esforço gasto com as horas sem dormir e o dinheiro investido. A educação não é status, é vida! Há uma total inversão de valores. Porém, mesmo em tantas inversões, por vezes estes presentes simplesmente aparecem para quem vê a educação como vocação ontológica para ser mais que Paulo Freire descreve no seu livro Pedagogia da Autonomia e não como mero espaço para emprego.
O educador de verdade não liga para os luxos, não faz acepção de pessoas, não tem tempo para gastar com banalidades, pois dá valor para a essência dos fatos, fazendo o luxo parte de um sistema excludente e elitista, onde infelizmente a educação está contaminada, não estou colocando que não se pode lutar para se conquistar uma vida digna, não é isso, apenas escrevo que as conquistas não podem ser ganhas por meio de acordos desonestos e conquistadas por cima do sofrimento dos outros. O educador deve ver seus educandos com um olhar de amor, esperando o melhor para eles, nunca os comparando como concorrentes, mas como seus parceiros e seres humanos com inúmeros direitos.
Educador antes de tudo é sensível, porém questionador, maleavelmente crítico, valoriza a sinceridade, afetividade e o respeito, ama viajar no mundo das ideias, sim o educador é um eterno aprendiz. Educador brinca com o tempo e por vezes se recolhe para analisar, cai por vezes e se machuca, porém tem sempre uma força que o levanta. O livro "Se você finge que ensina, eu finjo que aprendo" me fez refletir sobre o ser educador, pois ser educador não é carregar livros e pastas debaixo do braço os perfumando com diversos tipos de desodorantes (WERNECK, 2009, p. 18) e desfilar pelos corredores, com crachás e óculos tipo nerd. Isto não prova a competência docente, é apenas um esteriótipo do senso-comum.
Aprendi também outras necessidades, aprendi que os professores devem valorizar as situações singelas do cotidiano que são passageiras e analisar constantemente as suas práticas e as suas intenções para exercer a docência. Descobri que adentrar na docência como educadora e não apenas pelo título a ser conquistado, exige muito esforço e antes de tudo muito amor, não é qualquer coisa, estarei mexendo com sonhos, com vidas, com motivações, com pensamentos diversos, com mentes e corpos, não esquecendo a dimensão espiritual de cada um. Por isso escrevo, não adianta ter somente professores, pois o mundo precisa de educadores, o Brasil precisa de educadores.
A educação não pode continuar por fachadas como está, vamos continuar cuidando dela, pois mudanças são necessárias! A comunicação nas relações humanas é primordial, aprendi que os educadores devem ser líderes flexíveis, não generais indiferentes e pessoas passatempos sem postura ou conteúdo e até sem ambas. Chega de autoritarismo, a mesma só faz perder a autoridade! Chega de máscaras na educação! Sejamos uma equipe de docentes e discentes em favor de uma educação de qualidade. Inclusiva na educação formal da creche até o pós-doutorado. Não podemos mais limitar a abrangência da Pedagogia somente até os primeiros anos escolares, a educação deve estar em tudo, é muito necessário a presença de pedagogos nos colégios, nas faculdades, nas empresas, nas classes hospitalares, nas ONGs, na FEBEM, no Conselho Tutelar, nas igrejas, ou seja, não tem um lugar se quer ou um curso se quer que não necessite de um avante pedagógico. Lutemos para abranger a Pedagogia, levando a educação para todos os cantos possíveis, nunca esquecendo em nenhum processo educatrivo da importância de uma educação informal sólida e humanística.
Quero ser educadora e em cada um de meus Professores Educadores da Pedagogia tenho um pedacinho de referência!
Com carinho,
Giselle
Abraços para todos os meus Professores Educadores!
Eu ainda chego lá, estou contando com vocês!
VOU QUERER CULTIVAR A EDUCAÇÃO DO ABRAÇO!

Disponível em: <http://chacomvirgula.wordpress.com/category/abraco/>. Acesso em: 15/10/2011.
VOU QUERER CULTIVAR A EDUCAÇÃO DO ABRAÇO!

Disponível em: <http://chacomvirgula.wordpress.com/category/abraco/>. Acesso em: 15/10/2011.
"A competência técnico-científica e o rigor de que o professor não deve abrir mão no desenvolvimento do seu trabalho, não são incompatíveis com a amorosidade necessária à relações educativas. Essa postura ajuda a construir o ambiente favorável à produção do conhecimento onde o medo do professor e o mito que se cria em torno de sua pessoa vão sendo desvalados. É preciso aprender a ser coerente. De nada adianta o discurso competente se a ação pedagógica é impermeável a mudanças" (OLIVEIRA apud FREIRE, 1996, p. 10).
REFERÊNCIAS
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 36 ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996. 148 p.
WERNECK, Hamilton. Se você finge que ensina, eu finjo que aprendo. 26 ed. Petrópolis: Vozes, 2009. 128 p.
Por Giselle Lima
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