sábado, 15 de outubro de 2011

Reflexão sobre o texto Pontuação, Gramática e Legibilidade de Telma Weisz

                                                                             
Por Fabiana L. M. de Aquino


Disponível em: <http://www.sindinoticias.com/noticias,12777,pontuacao.html>.
Acesso em: 15/10/2011.


Leitura, elementos gráficos e compreensão, podem ser instrumentos de exclusão e inclusão, pois conhecer ortografia e entender a gramática da legibilidade que a autora define como um conjunto de procedimentos da escrita objetivando instruir a leitura; podem ao mesmo tempo incluir como excluir, afinal estes sinais gráficos possibilitam a leitura de mundo, ou seja, o sistema de pontuação gráfica serve como uma forma de comunicação entre o leitor e o escritor, porém muitas vezes acaba limitando os leitores que não tem muito conhecimento de escrita, pois quem não conhece o significado dos sinais acaba ficando limitado como leitor, pois os sinais gráficos contribuem para uma compreensão mais aprofundada da leitura, transpondo a alfabetizando para a função do letramento.
O que deve se chamar a atenção nesta reflexão é justamente ressaltar que muitas vezes a limitação é dada pela própria escola que deixa de ensinar o que é realmente importante, limitando os educandos ao simples ato da reprodução sem que eles entendam e compreendam como utilizar este conhecimento em suas vidas, os recursos utilizados no texto quando bem trabalhados podem dar autonomia leitora ao educandos e quando eles sabem utilizá-los possibilita a construção de um conhecimento significativo e com sentido para os mesmos.
O conhecimento que ainda é passado erroneamente nas escolas de redes públicas e particulares é o mesmo, não tem sentido apresentar espanto, pois a educação em geral está ensinando errado. A consciência de pontuação que está sendo passada é que “o ponto final serve para descasar, a vírgula para dar uma respiradinha e exclamação e interrogação para indicar entonação”, pode parecer algo engraçado, mas deve-se ensinar com mais conteúdo e uma forma de se trabalhar isto com as crianças é dar exemplos e pedir opiniões dos mesmos.  A escola está contribuindo para o fracasso dos estudantes brasileiros, do futuro da nação, e impossibilitando que estes assumam uma posição mais crítica em relação ao mundo que vivem, limitando as mudanças, afinal para mudar é necessário ao menos entender e se interessar pelo básico e a partir dele abrir novos leques de estudos e aprendizagens.
Quem tem a visão afinada percebe que a cada dia o ensino está legitimando a educação bancária que Paulo Freire (2011) apresentou em seu livro Pedagogia do Oprimido e assim limitando a Pedagogia da Autonomia (1996). Quando se aponta no texto que a exclusão está presente, outro fator alarmante percebido é que o sistema excludente e opressor acaba cada vez mais incentivando o abandono da escola, limitando a educação formal e a sua importância para a vida. Muitos professores acabam limitando os educandos sem perceber e sem refletir sobre a prática e sobre o que realmente é ensinar. Acabando assim esquecendo o real objetivo do ensino, como o da Lingua Portuguesa onde o seu objetivo deveria ser o de produzir a criatividade de produção de texto e criar uma visão crítica do educando quanto as suas produções, pois o ensino da ortografia é uma convenção que serve como um dos pontos de partida para o aprendizado, alfabetização e letramento.
Está mais que na hora de mudar a Receita de Alfabetização como é descrita por Marilene de Carvalho, ainda muito vista nos primeiros anos escolares e o pior, a questão se expande para além da alfabetização atingindo a outras áreas e anos. Ainda se vê o predomínio de ensino limitante como “receita”, impedindo a mistura dos ingredientes e a descoberta por outras combinações. A consciência que o educador tem que ter para que o educando tenha legibilidade em sua alfabetização e letramento, podendo se comunicar através deste conhecimento e se incluir e também de reconhecer que o erro nas fases iniciais da alfabetização é normal e é bom, pois a escola e o lugar ideal para se errar e poder através da mediação do professor refletir sobre o erro, e cabe ao educador partir das dificuldades dos alunos para construir um aprendizado significativo ao invés de fazer o educando seguir para um caminho de exclusão do mundo letrado, e não dar receita pronta, mas sim os ingredientes e um bom ensino, pois só desta forma aprendizagens significativas serão possíveis. Por fim, não há uma única maneira de se ensinar, como não há apenas uma receita de bolo, uma única receita enjoa mais cedo ou mais tarde, é necessário variar os sabores, as coberturas e os recheios. O educador deve ser ousado e praticar constantemente os seus dotes culinários em aula. É necessário enxergar os educandos não como números, mas como futuros chefs requintados e ver em seus erros novas possibilidades para a alfabetização.

REFERÊNCIAS


FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários á prática educativa. 36 ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996. 148 p.


FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 50 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2011. 253 p.


Programa de formação de professores alfabetizadores.
Texto: Pontuação Gramática da Legibilidade.
Autora: Telma Weisz.

O Programa de Formação de Professores Alfabetizadores é um programa criado pelo Ministério da Educação lançado em dezembro de 2000, para orientar o trabalho pedagógico e ajudar a enfrentar alguns dos desafios do professor em sua prática.

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